Explicação da Parábola do Trigo e do Joio
Redator: Luiggi Cavalcanti (NEPE FEPB)Contribuição de René Kivitz: Jesus seria quem semeia o trigo, enquanto que o joio seria filho do “diabo”. Na hora de arrancar, fazendo alusão à pergunta dos súditos ao senhor, todo mundo se predispõe a arrancar o joio. O mesmo sucede em nossas vidas, vez que há mais pessoas para destruir, para criticar, do que pessoas dispostas a somar pela causa, ajudando a construir e edificar. Jesus diz que não nos compete o julgamento, apenas o discernimento. O discernimento, portanto, seria o mecanismo de análise e estabelecimento de critérios para melhor nos relacionarmos interpessoalmente. Por fim, devemos ter muito cuidado com o hábito de dar vereditos e definir condenações, pois o julgamento somente compete às mãos de Deus.
* Contribuições do grupo acerca do livro das parábolas (Gizelda Arnaud) e do Caibar Schutel:
• Assim como o Joio e o Trigo os seres humanos são semelhantes, porém a diferença está na vibração interior.
Tendemos erroneamente a pensar que o joio não serve para nada; no entanto, os maus podem se tornar responsáveis pelo embelezamento moral e espiritual dos bons. O joio propicia o desenvolvimento moral do trigo, isto é, há o lado bom do bem e do mal coexistirem na Terra.
O joio está para o trigo, assim como o juízo humano está para as manifestações superiores. O juízo humano seria relacionado com as nossas oscilações espirituais, a dualidade entre tendências inferiores e superiores.
Como educar essas oscilações e as nossas inferioridades (os joios que crescem dentro dos nossos corações)? Uma alternativa vem a ser o estudo do evangelho, pois possibilita desenvolver o discernimento para enxergarmos de uma forma mais clara e ampla a mensagem de Jesus que se aplica tão fortemente no nosso cotidiano!
– Contribuições do grupo acerca da obra “No fim dos tempos” do educadora Amélia Rodrigues (em Espírito), de “A Gênese” por Allan Kardec, da mensagem “O Cristo agricultor” de MIramez e por fim da obra “Sabedoria do Evangelho” de Pastorino.
A benfeitora diz que estudar os pontos mais marcantes da vida de Jesus é um mecanismo eficaz para a renovação do nosso pensamento e o encontro da nossa plenitude espiritual. Dessa maneira, elucida que o campo do plantio é neutro, não partidário, isto é, qualquer pessoa, indiferentemente de classe social, religião, cor de pele, pode semear e ascender espiritualmente.
Os vícios e os perversos são decorrentes da nossa inferioridade moral. Do mesmo modo que o inimigo, na calada da noite, plantou sorrateiramente o joio no meio do trigo, a nossa inferioridade moral abre os portões para a instalação e crescimento dos vícios. Os porteiros dessa grande porta, conforme explicado na Codificação, seriam o egoísmo e o orgulho. Temos que despedi-los desse oficio!
A ceifa está na consciência. A ceifa não é um evento, uma cerimônia. Assim como as leis divinas estão em nossas consciências, a ceifa também está. Os anjos/ceifeiros, Espíritos Superiores, nos ajudam a rebobinar o filme vivido, mas que já está dentre de nós. No transcorrer das encarnações, adubamos e regamos muito o Joio dentro de nós. Chega-se o momento, pela lei de causa e efeito, de queimá-los.
Kardec, em suas indagações pertinentíssimas, nos ajuda a raciocinar um pouco acerca da existência desse joio, desse mal: se Deus criou o homem, e o mal procede do homem, não teria Deus criado indiretamente o mal? Qual seria o mérito de nascer perfeito? O mal existe e tem uma causa que pode ser de duas naturezas distintas: flagelos naturais que são independentes da nossa vontade, mas que podemos prevenir/atenuar e os males que o homem pode evitar.
Na realidade, temos que agradecer o agente purificador do joio em nossas vidas! No mundo de provas e expiações, o mal prevalece em detrimento do bem, isto é, o joio ainda é predominante. No entanto, devemos buscar uma atualização dos conceitos de bem e mal, pois o mal é útil para o nosso aprimoramento!!!
Algumas frases-chaves explanadas pelos presentes:
“A dor é o estimulo que impulsiona o homem para frente, na estrada do progresso”;
“É que não entendemos ainda que o bem e o mal têm aspectos dinâmicos e sinérgicos no aprendizado terreno, ou seja, na matéria”;
“Devemos viver a dualidade do bem e do mal da melhor maneira possível de modo a extrair essa experiência de crescimento!”; Ressignificar a dor, o joio, a adversidade, o sofrimento!
Profunda conclusão com frases e comentários das poesias de Khalil Gibran (preparem o fôlego e o coração!)
“Sobre o bem que existi em ti eu posso falar, mas não do mal, porque o que é o mal senão o bem feito refém de si próprio?”. Não nos compete falar ou julgar o mal de ninguém, pois o mal é somente um estado transitório e da ausência do bem. “Pois que é o mal senão o bem torturado pela sua própria fome e sede?”
“Da mesma forma que o amor coroa ele vos crucifica.”
“Da mesma forma que o amor contribui para o vosso crescimento, ele trabalha para a nossa poda.” Adubando o nosso trigo e podando o nosso joio.
“O amor vos peneira para libertar-vos das palhas.” O amor do Criador nos peneira através da dor e da dificuldade para que nos libertemos dos joios!
“Ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma no pão mítico do banquete divino.” Assim estaremos ao nos despojarmos dos joios arraigados nos nossos corações, mas entendendo sempre que a providência divina o criou para o nosso crescimento espiritual! Que possamos incorporar esses ensinamentos em nossa estrutura psicológica e em nossos corações, de modo a sermos, cada vez mais, trigos, para alimentarmos espiritualmente os nossos irmãos!